(1) OMD K70+

A pedido, aqui fica o registo da minha participação na prova K70+ do Oh Meu Deus 2017.

A minha presença na prova foi oferecida pelo Hugo. Ele queria ir à prova de 40km, e eu incentivei a ir logo à de 70km. Ele inscreveu-se e a organização ofereceu-lhe um voucher para mais uma inscrição que me deu a mim. Não queria que eu me ficasse a rir do sofrimento dele...

Preparei a prova o melhor possível, que na verdade foi muito mau. Sem muito tempo para corridas, nem treinos, programei um plano com corrida duas vezes por semana e mesmo assim não segui o plano de treino. 

Estudei bem a prova e fiz um plano para a abordar da melhor maneira com a preparação que eu sabia que tinha. Ao fim de tantas décadas de corrida, já percebo bem os sinais que o meu corpo dá e consigo adaptar-me a isso. O Hugo era a primeira vez que se aventurava numa distância tão grande e por isso partilhei o plano com ele.

Foram três dificuldades maiores, que eu conseguia identificar à partida, que íamos passar ao longo da prova. 
* A primeira grande dificuldade seria do Vale do Rossim até à Torre onde calor, a distância entre PAC's e o desnível positivo que íamos apanhar a uma altitude já considerável iriam fazer mossa. Assim teríamos de ter bastante atenção às reservas de água e alimentos (sal, isostar, géis), não podíamos sair do PAC do Vale do Rossim sem estar bem abastecidos, para além disso, nesse PAC só existiam abastecimentos líquidos. 
* A segunda grande dificuldade seria de Loriga até à Lapa dos Dinheiros, onde continuaria o calor, íamos apanhar de novo grande desnível positivo além do cansaço acumulado e de alguma dificuldade em comer que a esta altura da prova podia aparecer. Teríamos de ter, novamente, muita atenção às reservas de água e alimentos que levávamos connosco mas também ao ingerido, era crucial sairmos de Loriga bem alimentados e hidratados, com todo o equipamento bem ajustado e, caso houvesse feridas (bolhas nos pés ou outras que podiam aparecer de alguma queda, por exemplo) teriam de estar bem tratadas.
* Outra grande dificuldade, que seria transversal a toda a prova, era o calor: a previsão era de um dia muito quente com um sol radiante, previsão que se veio a verificar correta, num dia assim a hidratação e a reposição dos níveis de sal e potássio torna-se muito importante. 
* Poderia haver ainda uma outra dificuldade acrescida da Lapa dos Dinheiros até Seia, esta parte do percurso apresentava algum desnível positivo que somado com o cansaço acumulado podiam solicitar algumas complicações mais a nível mental: é a situação de já faltar pouco, mas por outro lado, "esta merda nunca mais acaba". Seriam 10km "na raça", a esta altura já dói tudo, desde a ponta da unha do pé grande até à ponta do cabelo. A solução é seguir em frente, já que chegamos aqui, chegamos também à meta. 

(Cont.)

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